domingo, maio 18, 2008

"Dêmos às crianças um futuro de paz! Eis o apelo que confiadamente dirijo aos homens e mulheres de boa vontade, convidando cada qual a ajudar as crianças a crescerem num clima de autêntica paz. É seu direito; é nosso dever."

Frase do Papa João Paulo Segundo



A criança mereceu destaque nesta semana em Assis com a Campanha de Desarmamento Infantil e atividades pelo Dia Nacional Contra o Abuso e Exploração Sexual Infantil.

Nascida em Barueri, em 2001, a Campanha de Desarmamento Infantil, vem sendo realizada em Assis desde 2004. Neste ano foram recolhidas na cidade 4.278 armas de brinquedos, as quais foram destruídas em ato público realizado na manhã de sexta-feira, dia 16/05, na Praça da Mocidade.
A escola que mais retirou armas de brinquedo de circulação foi a EMEIF “Prof. João de Castro”, localizada no Parque Universitário, periferia de Assis. A campeã irá receber mensalmente, durante um ano, 10 exemplares de revistas infantis.
A campanha de desarmamento infantil é uma iniciativa da Dinap, distribuidora de revistas da Edita Abril, com as prefeituras das cidades onde a campanha é realizada.
Em Cândido Mota (7 Km de Assis), a campanha foi realizada pelo Centro Vocacional Frei Paulino, lá, até uma das armas mais antigas utilizadas por crianças e adultos, o estilingue, foi retirado de circulação.
Com informações dos Jornais Voz da Terra e O Diário do Vale.

Armas são destruídas em Assis

Foto: Voz da Terra


Armas recolhidas em C. Mota
Foto: O Diário do Vale.

Combate ao Abuso e Exploração de Menores:

O outro destaque foi a realização do Seminário “Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes: Detecção, encaminhamentos e possibilidades de atuação em Rede”, realizado durante todo o dia 16, sexta-feira, na Casa da Amizade, em Assis. Diversos segmentos sociais de alguma forma envolvidos com a questão participaram do evento.
O encontro foi aberto com uma mesa redonda coordenada pelo professor doutor José Luiz Guimarães, com a participação da doutora Olga Ceciliato Matiolli (Nevirg/Unesp); de Isabel Cristina Nucci de Souza (assistente técnica de Saúde II e coordenadora do projeto Pétala); de Lenilda Araújo Lins dos Santos (Hospital Regional de Assis) e de Luis Fernando Rocha (promotor de Justiça em Paraguaçu Paulista), que debateram o tema “Revisando alguns conceitos sobre a violência contra crianças e adolescentes: aspectos psicológicos, médicos, jurídicos e atendimento em rede”.
No período da tarde foram formados grupos de trabalho para a apresentação de discussão de casos sob a coordenação de Consuelo Biachi Eloy (mestre em Psicologia pela Unesp de Assis e psicóloga junto à Vara da Infância da comarca de Ourinhos e membro do Nevirg); de Luis Fernando Rocha (mestre e doutorando em Psicologia pela Unesp de Assis e promotor de Justiça em Paraguaçu Paulista) e de Ionara Vieira Rabelo (doutoranda em Psicologia pela Unesp de Assis e membro do Nevirg). Leia algumas considerações de pessoas ouvidas pelo repórter Sérgio Vieira, do Jornal Voz da Terra, edição eletrônica de 17 de maio de 2008:

A professora da Unesp, Olga Ceciliato Matiolli: “Ela fez comentários sobre a violência lembrando que vivemos “uma violência multifacetada, tanto urbana, quanto rural, assim como no interior das residências”. Por isso, ela pensa que somente o atendimento em rede é possível combater a violência contra crianças e adolescentes, principalmente no mundo contemporâneo que vivemos atualmente. De acordo com ela, até o século XVIII, os pais decidiam pela vida dos filhos, havendo até mesmo a hipótese de querer assassiná-los, se quisessem, não correndo qualquer risco de punições. Porém, atualmente vivemos em uma sociedade cidadã. “O conceito de cidadania é hoje maior do que era antigamente”, salientou. Por isso, pensa que as pessoas demonstram reações diferentes em relação à violência. “Uma é a negação e a outra, posterior, é a perplexidade”, frisou. Olga entende que o ser humano nesta sociedade contemporânea vive frustrado com ele mesmo. “Tivemos um desenvolvimento tecnológico acentuado, mas quando vamos para o interior da maioria das residências no Brasil observamos que ainda vivemos o nosso lado primitivo”, ressaltou. Outro aspecto enfocado por ela é com relação à mídia. “A violência pode virar um espetáculo, como acontece atualmente com o caso Isabella. Dá audiência e prende a atenção das pessoas”, lembrou. Por isso, pensa que existe uma relação entre as diferentes violências. “A violência acontece quando uma sociedade adota o ataque para resolver os conflitos”. A alternativa para estes casos é a negociação e a conversa. “Dependendo da cultura de um País, é possível observar o grau de violência. E no Brasil observamos que a violência é bastante acentuada porque se permite, por exemplo, que as pessoas andem armadas”, observou.” E um dos problemas mais sérios é com relação à violência sexual praticada contra crianças e adolescentes. “Existe uma relação social do País com a violência doméstica”, pensa. Por isso, ela enumera como violência sexual o abuso, turismo sexual, pornografia infantil, pedofilia e exploração sexual. Na visão de Olga, o abuso sexual nasce de uma relação de afeto, dentro de uma mesma família. “É a utilização de um adolescente para satisfação sexual de um adulto”, lembra.

O promotor de Justiça da Comarca de Paraguaçu Paulista, Luis Fernando Rocha: “somente o trabalho em rede, com todas as entidades assumindo suas responsabilidades, será possível combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. Nesse aspecto, pensa que a porta de entrada para denunciar violência sexual contra menores é principalmente a saúde. “Este setor envolve os principais canais para denúncias nessa área”, ressaltou. Em sua visão, porém, todos os segmentos da comunidade, principalmente os órgãos públicos, devem estar envolvidos no combate á violência sexual contra menores, desencadeando uma ampla discussão dos mais diferentes casos. Ela disse que a violência sexual nasce principalmente no interior das famílias, envolvendo a sensualidade. “A vítima da violência sexual registra a morte psicológica. Desencadeia a Síndrome de Adaptação, ou seja, é obrigada a se adaptar a uma realidade perversa e difícil”, frisou. Por isso, defende a tentativa de resgate do agressor no núcleo familiar. Todavia, não deixa de responsabilizar o agressor sexual em função do seu ato e defende a necessidade do resgate psicológico da vítima. “Se o agressor não for responsabilizado criminalmente, a vítima vai potencializar esta violência”, lembrou. Diante disso, todos os órgãos públicos que trabalham com crianças e adolescentes devem estar atentos ao que chama de suspeita primária. “São as vítimas de maus-tratos, por exemplo, com destaque para a violência sexual”, destacou. E as portas de entrada para identificar estas vítimas são os conselhos tutelares, educação, saúde, polícias Militar e Civil e o Ministério Público.”

Cobrindo o mesmo evento, o Jornal de Assis ouviu a psicóloga do Programa de Enfrentamento ao Abuso e Violência Sexual, Kátia Spera. Ela “ressalta que atualmente vem ocorrendo uma inversão na trajetória de acesso às informações sobre os casos do município. Ela cita que ao invés dos dados chegarem por meio de denúncias realizadas junto ao Conselho Tutelar ou Ministério Público, os fatos vêm sendo detectados pela rede de educação, ou de saúde, pelo Programa de Saúde da Família. "As pessoas têm medo da denúncia e somente com o contato direto estabelecido na rede de educação e da saúde é que as vítimas têm coragem de falar sobre o caso", diz.
Casos em andamentoSpera afirma que atualmente o Programa de Enfrentamento ao Abuso da Violência Sexual (antigo Sentinela), trabalha com 50 pessoas que teriam sido vítimas de algum abuso relacionado ao tema discutido no evento. "Não existe faixa etária, embora o programa atenda pessoas de 0 a 18 anos, ou classe social. A maioria das vítimas que estamos trabalhando sofreu violência doméstica ou psicológica", afirma. A secretária da Assistência Social, Jacira Gava, ressalta a importância da conscientização de que o problema existe e de que ações isoladas não trarão resultados positivos. "Por isso, queremos o fortalecimento da rede", afirma.

Ainda de acordo com o Jornal de Assis “A rede municipal está ligada aos registros de violência obtidos junto ao Pronto-Socorro ou aos Pronto-Atendimentos do município, Polícia Civil, que conta com o trabalho do Instituto Médico Legal e do Ministério Público, além do Conselho Tutelar, que serviriam como porta de entrada das informações. Estas entidades, por sua vez, estão ligadas ao Projeto Pétala, do Hospital Regional, e às Unidades Básicas de Saúde. Todos os casos registrados são encaminhados ao Programa de Enfrentamento, que possui ligação direta com o Centro de Reabilitação, Educação, Assistência Social, Cultura, Esporte e a um grupo permanente de avaliação, informação e replanejamento, que recebe apoio das universidades da cidade.”

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual Infantil.

O texto é do CEDECA da Bahia – Centro de Defesa de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan – site www.cedeca.org.br

“Esquecer é permitir. Lembrar é combater”. Este é o slogan do 18 de maio, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-juvenil. A data reafirma a importância de se denunciar e responsabilizar os autores de violência sexual contra a população infanto-juvenil. Instituído em 2000, o dia faz alusão a um crime, ocorrido no Espírito Santo, há 27 anos, em que Araceli Cabrera Sanches , então com oito anos de idade, foi violentada e assassinada. A campanha do Dia 18 de maio, produzida pelo CEDECA/BA, foi adotada pelo Governo Federal.”
O CASO ARACELI
Seqüestrada em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Sanches, então com oito anos, foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. Muita gente acompanhou o desenrolar do caso, desde o momento em que Araceli entrou no carro dos assassinos até o aparecimento de seu corpo, desfigurado pelo ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória. Poucos, entretanto, foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.
Os acusados, Paulo Helal e Dante de Bríto Michelini, eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Paulo e Dantinho, como era mais conhecido, lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.
A Vitória daquela época era uma cidade marcada pela impunidade e pela corrupção. Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe, viciada em cocaína, foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.
Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte, contudo, ainda causa indignação e revolta. O Dia Nacional Contra o Abuso e a Exploração Sexual Infanto-juvenil vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.
O dia 18 de maio foi criado em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. Organizado pelo CEDECA/BA, representante oficial da organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia, o evento reuniu entidades de todo o país. Foi nesse encontro que surgiu a idéia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.
De autoria da então deputada Rita Camata (PMDB/ES) - presidente da Frente Parlamentar pela Criança e Adolescente do Congresso Nacional -, o projeto foi sancionado em maio de 2000, com vetos parciais. Foram vetados o parágrafo que atribuía aos governos federal e estadual a coordenação das ações e o artigo 2º, que previa a alocação de recursos orçamentários para custear as despesas decorrentes do Dia Nacional.“

Projetos de combate a violência são aprovados pelo Câmara dos Deputados:

A Câmara dos Deputados aprovou durante a sessão de 14 de maio oito projetos de lei que tratam de segurança pública que, se sancionados, vão alterar o Código Penal e o Código de Processo Penal. Dos projetos aprovados, seis serão encaminhados à deliberação do Senado e dois vão direto à sanção presidencial.
Os projetos aprovados são: o que prevê o uso de equipamento de rastreamento eletrônico do condenado em regime semi-aberto; o que trata do Tribunal do Júri, acabando com o protesto por novo júri, quando a sentença condenatória for superior a 20 anos; o que diminui o tempo de debate destinado à acusação e à defesa, passando de duas horas para uma hora e meia. A réplica e a tréplica, no entanto, vão ter o tempo aumentado.
Também foram aprovados os projetos que tipificam o crime de sequestro-relâmpago, com penas mais rígidas para a extorsão no caso de restrição da liberdade da vítima ou se a ação resultar em lesão corporal ou morte; e o que trata do seqüestro de bens imóveis do indiciado ou acusado. Esse projeto moderniza o Código de Processo Penal e facilita a retenção dos bens, porque hoje é preciso provar que o bem é fruto de crime para que sejam sequestrado pela justiça.
Outro projeto aprovado pela Câmara aperfeiçoa as exigências legais das provas apresentadas nos processos, reduz de dois para um a necessidade de perito para os exames de corpo de delito e outras perícias, ajudando a dar rapidez nas decisões judiciais. Os deputados também aprovaram o projeto que tipifica como crime o ingresso, a facilitação de entrada e o uso de celular ou outro equipamento de comunicação nos presídios, com pena de três meses a um ano.
Aprovado ainda o projeto que determina que o juiz, ao decretar uma pena, leve em conta se o infrator cometeu infração semelhante quando era menor. Nesse caso, a pena será aumentada. Nesse caso, se o réu voltar a cometer infração semelhante após a maioridade perderá a condição de réu primário.
Na última votação da noite, os deputados aprovaram projeto que tipifica como crime todo tipo de violência sexual contra mulheres e homens. Atualmente, só é considerado crime o estupro de mulheres com sexo vaginal. De acordo com o deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), pela proposta serão considerados crimes toda violência sexual.
Fonte: Radiobras/Agência Brasil

Dia 13 de maio foi Dia da Abolição da Escravatura no Brasil. Será?

Acesse o programa 77 do nosso podcast e ouça uma entrevista do Ministro da Igualdade Racial sobre o assunto.
http://www.podcast1.com.br/canal.php?codigo_canal=409

Blog Chance à Paz

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domingo, maio 11, 2008

"Tarde Para Luther King"
Durante a tarde de 06 de maio aconteceu uma homenagem a Luther King, a qual também foi direcionada contra o racismo e em favor da paz, sendo o primeiro evento publico promovido em Assis pelo Projeto Chance à Paz e que contou com a parceria do Instituto Palas Athena.
Na verdade a idéia inicial era de que fosse um luau que aconteceria em 29 de abril, mas o mau tempo impediu sua realização. A situação do tempo permaneceu ruim até 04 de maio. Depois disso veio a previsão de que as próximas noites teriam baixa temperatura, o que vem ocorrendo até hoje (11/05). Sabedor de que o frio faz diminuir o fluxo de pessoas pelas ruas durante o período noturno, então para que não se distanciasse tanto da data inicialmente programada resolveu-se realizar o evento durante a tarde e dando o nome de “Tarde Para Luther King”.





Durante 5 horas dezenas de pessoas que passaram pela praça da Catedral de Assis onde foram afixados cartazes com frases proferidas pelo homenageado e cartazes com ideogramas africanos chamados de ‘adinkras’; estendidas faixas com a palavra paz; ainda foram colocados a disposição do público textos com referência a Luther King como a biografia; o seu discurso mais conhecido “Eu tenho um sonho” e o sermão “As três dimensões de uma vida completa”. Ainda foram disponibilizados em cartazes textos com informações sobre a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Social; artigo escrito por Jairo de Carvalho “Sobre Raças Humanas”; e artigo de autoria de Drauzio Varella “Éramos Todos Negros”.
Algumas pessoas se sentaram nos bancos da praça para ficarem apreciando as músicas que embalaram e ilustraram aquela tarde.
A exemplo da senhora Idalina Lourenção, moradora em Quatá (50 km de Assis). Ela descansou sob a sombra de uma das faixas com a palavra paz.

Também optaram por ficar nos bancos o senhor Luiz Carlos dos Santos, morador em Assis,
o senhor Zetro, também assisense;
o casal Renato e Angélica em companhia da filha Eduarda, residentes em Assis.


Passearam pela praça os irmãos Ariane, Anthony Gabriel e Bianca.

Monitora da creche da ‘Casa das Meninas’, Fernanda, havia trazido algumas crianças para visitarem a Catedral, ela aproveitou, o momento para sentar-se a sombra e falar com as crianças sobre a paz.
Outras duas pessoas optaram por tirar cópia do sermão ‘As três dimensões de uma vida completa’ para lerem em casa.





Houve uma história curiosa, que até poderia chamar de auto-racismo, se é que esse termo existe. Não existe acabei de criá-lo. Uma senhora de pele branca veio contar que tem um problema sério de racismo em sua família. Ela é amasiada com senhor de pele negra e a situação que vive é que o companheiro não se aceita negro. Ele tem baixa auto-estima, observa a mulher. Ela disse que tenta de todas as formas fazer com que seu amado se aceite como é. Segundo a senhora, o homem vive dizendo que ‘não sabe o que ela pode ter visto de interessante num negro feio como ele. Que não entende como ele sendo negro pode ser atraente para alguém.’ Ela, toda apaixonada, diz: ‘eu acho ele lindo, e ele não consegue entender isso. No mais a gente até que se entende, mas o fato de ele não aceitar a cor de sua pele me deixa muito triste’, completa a mulher.
Aconselhei tal senhora para que procurasse ajuda psicológica nos centros de atendimento ao público de duas universidades que oferecem o curso de Psicologia na cidade para relatar seu problema.
Uma vendedora de água de coco engarrafada também passou pela praça e mostrou ser preocupada com as questões sociais. Ela contou que escreve textos e compõe músicas sempre falando de paz e contra a violência. De acordo com ela sua composição mais recente foi em homenagem a menina Isabella Nardoni. Acertamos com a vendedora um novo contato para breve, quando iremos conhecer sua obra e conversarmos mais a respeito de paz e não violência.
Repórter da Rádio Cultura de Assis, Fabiano Andreane, fez reportagem ao vivo com Silvio Luís, organizador da ‘Tarde Para Luther King’ e idealizador do Projeto Chance à Paz. Fabiano quis informações sobre o homenageado e sobre a atuação do projeto.
A ‘Tarde para Luther King’ contou com o apoio da Paróquia da Catedral de Assis, do site
www.eventosassis.com e do DJ Alexandre Menudo.
Agradecimentos mais que especiais ao proprietário da Banca Catedral, Marcelo de Souza Paes, que cedeu energia elétrica e se mostrou um grande entusiasta da cultura de paz e não-violência; ao casal Raul e Regina, proprietários do Bar do Raul, pelo empréstimo de 2 mesas; ao padre Maurílio, pároco da Catedral; e ao Palas Athena nas pessoas de Lúcia Benfatti, Flávia Faria, Fernanda Ferraraccio e Cristina Canto.
Cabe também um pedido de desculpas pela má qualidade das fotos.
Veja abaixo o material que foi exposto:


SOBRE RAÇAS HUMANAS

Desde a Antigüidade, a mentalidade ocidental convive com a idéia de que os seres humanos estão divididos em raças, mas foi no decorrer do século XIX, quando os países europeus necessitavam justificar seus projetos de expansão imperialista, que uma grande parte dos seus recursos intelectuais estiveram mais empenhados em definir e hierarquizar as raças que compõem nossa espécie.
Para classificar a variedade de fenótipos humanos, muitos cientistas trabalharam exaustivamente e sua influência deu credibilidade à afirmação de que os brancos de origem européia ocupariam os estágios mais elevados do desenvolvimento, em detrimento dos não-brancos, invariavelmente identificados com o atraso.
Muitas pessoas ganharam celebridade ao expor o resultado de suas pesquisas que, de alguma forma, reforçavam um suposto determinismo biológico aplicado às sociedades humanas, um darwinismo social. Para auferir crédito às asserções, executavam tendenciosamente análises da anatomia de grupos humanos, utilizando, inclusive, instrumentos da antropologia criminal da época, como a craniometria por exemplo, para classificar os povos e estabelecer correlações entre aparências físicas e aptidões.
A ciência do século XIX dava ao racismo o fundamento que lhe permitia justificar a escravização criminosa de milhões de africanos e o autorizava a contradizer de modo convincente o 1º artigo da "Declaração Universal dos Direitos do Homem" de que os seres humanos nascem livres e iguais.
Entre os resultados práticos da noção de que a humanidade se divide em raças, e que algumas são superiores e outras inferiores, está o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas nas décadas de 1930 e 1940.
Entretanto, com o progresso da genética e da biologia molecular, os biólogos e antropólogos observaram que nenhum gene humano é específico de uma raça e que todas as populações têm mais ou menos os mesmos genes. As suas conclusões são de que nem a genética e nem bioquímica fornece qualquer subsídio para justificar a existência do conceito "raças humanas". Pelo contrário, afirmou-se em seu lugar, que a espécie humana é essencialmente uma só, o que municiou a ciência para atestar com absoluta segurança que as bases conceituais das afirmações anteriores não têm qualquer valor.
Assim, logo depois da Segunda Guerra Mundial, portanto após a derrota de Hitler e de suas idéias, foram realizados encontros, com o apoio institucional da Unesco, em que participaram cientistas sociais e geneticistas, os quais, diante das evidências, decidiram elaborar a "Declaração Sobre Raça" em que aparecia a afirmação de que "raça é menos um fato biológico do que um mito social".
Desde então, alguém que defenda tal coisa corre o risco de ser visto como quem procura chifre em cabeça de cavalo, porque a evolução da pesquisa científica alcançou um outro paradigma: há uma única raça humana. Como conseqüência desse progresso, a discriminação dos não-brancos deixou de ter respaldo científico e passou a ser vista como um produto da ignorância.
Apesar de que esse progresso da ciência contemporânea não é contínuo, ele tem alguns retrocessos, um exemplo foi a publicação em 1994 de "A curva do sino" (The Bell Curve) em que os autores, sem apresentar nada de novo, tentavam demonstrar a inferioridade nata dos negros através do cruzamento de estatísticas geradas por testes de inteligência. Seus resultados são tão absurdos que a simples citação de alguns nomes de negros que se destacaram no cenário intelectual, como Cheik Anta Diop ou o nosso Milton Santos, já seria suficiente para jogar por terra os seus pressupostos.
Embora cientificamente inadequado, já que o conceito não corresponde a nada que exista na natureza, a idéia de raça sobrevive como construção ideológica e cultural. Assim, não pode haver dúvida que o uso da expressão "raça" continua representando uma concepção social, política ou cultural, mesmo que nunca mais seu significado denote um produto da evolução natural da espécie humana. Pior do que a permanência de raça enquanto conceito, agora desprovido de seu conteúdo biologizante, é a inegável constatação do triste fato, que infelizmente expressa uma danosa deformidade de nossa civilização, o de que o racismo existe e continua fazendo vítimas diariamente.
Depois da divulgação de sucessivas pesquisas do IBGE e do Ipea, mostrando a situação desigual entre negros e brancos, agora a antiga proposição de que no Brasil o que existia era uma "democracia racial" já não se sustenta mais. Os defensores da tese do "racismo cordial" precisam de novos argumentos.
A afirmação, sempre progressista, de que não existem raças humanas, agora que está em discussão a adoção de políticas de ação afirmativa como iniciativa para minimizar a situação de exclusão, pela escravidão e pelas práticas racistas cotidianas, a que foram submetidos os negros e os índios — as maiores vítimas do uso tanto científico quanto ideológico da idéia de raça —, pode acabar assumindo as cores do reacionarismo se for utilizada como argumento contrário à institucionalização dessas medidas. O discurso, aparentemente sintonizado com as mais humanitárias teses do Iluminismo, de que a raça humana é uma só e que, portanto, não há sentido que uma parcela se beneficie de tratamento diferenciado, nesse momento só serve para erigir mais obstáculos à transformação dessa sociedade criando dificuldade para que ela se torne pelo menos um pouco mais justa, na medida que fornece argumento para que mudanças na nossa pirâmide social, mesmo mínimas, não sejam efetivadas e a melanina continue colorindo apenas a sua extensa base, deixando, convenientemente, intocado o estreito cume.

por Jairo de Carvalho
Professor de História em Maringá.
Publicado na Revista Espaço Acadêmico – nº 60 – Maio de 2006
Site: www.espacoacademico.com.br/060/60carvalho.htm

DRAUZIO VARELLA

Éramos todos negros
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A você que se orgulha da cor da própria pele (seja ela qual for), tenho um conselho: não seja ridículo
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ATÉ ONTEM , éramos todos negros. Você dirá: se gorilas e chimpanzés, nossos parentes mais chegados, também o são, e se os primeiros hominídeos nasceram justamente na África negra há 5 milhões de anos, qual a novidade?A novidade é que não me refiro a antepassados remotos, do tempo das cavernas (em que medíamos um metro de altura), mas a populações européias e asiáticas com aparência física indistinguível da atual.Trinta anos atrás, quando as técnicas de manipulação do DNA ainda não estavam disponíveis, Luca Cavalli-Sforza, um dos grandes geneticistas do século 20, conduziu um estudo clássico com centenas de grupos étnicos espalhados pelo mundo.Com base nas evidências genéticas encontradas e nos arquivos paleontológicos, Cavalli-Sforza concluiu que nossos avós decidiram emigrar da África para a Europa há meros 100 mil anos.Como os deslocamentos eram feitos com grande sacrifício, só conseguiram atingir as terras geladas localizadas no norte europeu cerca de 40 mil anos atrás.A adaptação a um continente com invernos rigorosos teve seu preço. Como o faz desde os primórdios da vida na Terra sempre que as condições ambientais mudam, a foice impiedosa da seleção natural ceifou os mais frágeis. Quem eram eles?Filhos e netos de negros africanos, nômades, caçadores, pescadores e pastores que se alimentavam predominantemente de carne animal. Dessas fontes naturais absorviam a vitamina D, elemento essencial para construir ossos fortes, sistema imunológico eficiente e prevenir enfermidades que vão do raquitismo à osteoporose; do câncer, às infecções, ao diabetes e às complicações cardiovasculares.Há 6.000 anos, quando a agricultura se disseminou pela Europa e fixou as famílias à terra, a dieta se tornou sobretudo vegetariana.De um lado, essa mudança radical tornou-as menos dependentes da imprevisibilidade da caça e da pesca; de outro, ficou mais problemático o acesso às fontes de vitamina D.Para suprir as necessidades de cálcio do esqueleto e garantir a integridade das demais funções da vitamina D, a seleção natural conferiu vantagem evolutiva aos que desenvolveram um mecanismo alternativo para obter esse micronutriente: a síntese na pele mediada pela absorção das radiações ultravioletas da luz do sol.A dificuldade da pele negra de absorver raios ultravioletas e a necessidade de cobrir o corpo para enfrentar o frio deram origem às forças seletivas que privilegiaram a sobrevivência das crianças com menor concentração de melanina na pele.As previsões de Cavalli-Sforza foram confirmadas por estudos científicos recentes.Na Universidade Stanford, Noah Rosemberg e Jonathan Pritchard realizaram exames de DNA em 52 grupos de habitantes da Ásia, África, Europa e Américas.Conseguiram dividi-los em cinco grupos étnicos cujos ancestrais estiveram isolados por desertos extensos, oceanos ou montanhas intransponíveis: os africanos da região abaixo do Saara, os asiáticos do leste, os europeus e asiáticos que vivem a oeste do Himalaia, os habitantes de Nova Guiné e Melanésia e os indígenas das Américas.Quando os autores tentaram atribuir identidade genética aos habitantes do sul da Índia, entretanto, verificaram que suas características eram comuns a europeus e a asiáticos, achado compatível com a influência desses povos na região.Concluíram, então, que só é possível identificar indivíduos com grandes semelhanças genéticas quando descendem de populações isoladas por barreiras geográficas que impediram a miscigenação.No ano passado, foi identificado um gene, SLC24A5, provavelmente responsável pelo aparecimento da pele branca européia.Num estudo publicado na revista "Science", o grupo de Keith Cheng seqüenciou esse gene em europeus, asiáticos, africanos e indígenas do continente americano.Tomando por base o número e a periodicidade das mutações ocorridas, os cálculos iniciais sugeriram que as variantes responsáveis pelo clareamento da pele estabeleceram-se nas populações européias há apenas 18 mil anos.No entanto, como as margens de erro nessas estimativas são apreciáveis, os pesquisadores tomaram a iniciativa de seqüenciar outros genes, localizados em áreas vizinhas do genoma. Esse refinamento técnico permitiu concluir que a pele branca surgiu na Europa, num período que vai de 6.000 a 12 mil anos atrás. A você, leitor, que se orgulha da cor da própria pele (seja ela qual for), tenho apenas um conselho: não seja ridículo.
Matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, caderno Ilustradas, de 26 de abril de 2008.

A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

A Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) foi criada pelo Governo Federal no dia 21 de março de 2003. A data é emblemática: em todo o mundo, celebra-se o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. A criação da Secretaria é o reconhecimento das lutas históricas do Movimento Negro Brasileiro. A missão da Seppir é estabelecer iniciativas contra as desigualdades raciais no País. Seus principais objetivos são: · Promover a igualdade e a proteção dos direitos de indivíduos e grupos raciais e étnicos afetados pela discriminação e demais formas de intolerância, com ênfase na população negra; · Acompanhar e coordenar políticas de diferentes ministérios e outros órgãos do Governo Brasileiro para a promoção da igualdade racial; · Articular, promover e acompanhar a execução de diversos programas de cooperação com organismos públicos e privados, nacionais e internacionais; · Promover e acompanhar o cumprimento de acordos e convenções internacionais assinados pelo Brasil, que digam respeito à promoção da igualdade e combate à discriminação racial ou étnica; · Auxiliar o Ministério das Relações Exteriores nas políticas internacionais, no que se refere à aproximação de nações do Continente Africano; A Seppir utiliza como referência política o programa Brasil sem Racismo, que abrange a implementação de políticas públicas nas áreas do trabalho, emprego e renda; cultura e comunicação; educação; saúde, terras de quilombos, mulheres negras, juventude, segurança e relações internacionais. A criação da Seppir reafirma o compromisso com a construção de uma política de governo voltada aos interesses reais da população negra e de outros segmentos étnicos discriminados.

Fonte: site www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/seppir/


As Três Dimensões de uma Vida Completa

Martin Luther King Jr.

Gostaria de usar como assunto para minha pregação: “As três dimensões de uma vida completa”. Sabem, diziam lá em Hollywood que para que um filme seja completo, deve ter três dimensões. Esta manhã, quero passar para cada um de vocês isto: que a própria vida, para ser completa, deve ser tridimensional.
Há muitos e muitos séculos, viveu um homem chamado João, que estava aprisionado numa ilha muito solitária e distante chamada Patmos. Ocorre que eu mesmo já estive na prisão o suficiente para saber que é uma experiência de muita solidão. Quando se está encarcerado numa situação semelhante, você se vê privado de quase todas as liberdades – salvo a liberdade de pensar, a liberdade de orar, a liberdade de refletir e meditar. E enquanto João estava lá naquela prisão da ilha solitária ele ergueu seu olhar para o mais alto céu e viu, descendo dali, um novo céu e uma nova terra. O capítulo 21 do livro das revelações começa assim: “E eu vi um novo céu e uma nova terra. E eu, João, vi a cidade santa, a nova Jerusalém que descia do céu de junto de Deus”.
E uma das maiores glórias dessa nova cidade de Deus vista por João foi sua completude. Ela não se resumia a um lado e outro, mas era completa em todas as três dimensões. Assim, nesse mesmo capítulo, se olharmos no verso 16, João diz: “O comprimento e a largura e a altura dela são iguais”. Em outras palavras, essa nova cidade de Deus, essa nova cidade da humanidade ideal não é uma entidade desequilibrada, mas sim completa de todos os lados. Acho que João está dizendo algo aqui através do simbolismo de seu texto e do simbolismo desse capítulo. Ele está dizendo, no fundo, que a vida como deveria ser, que a melhor vida é uma vida completa de todos os lados.
Há três dimensões de qualquer vida completa às quais podemos aplicar as palavras desse texto com total propriedade: comprimento, largura e altura. O comprimento da vida, na acepção que usaremos aqui é a preocupação íntima pelo nosso bem estar, em outras palavras, é aquele cuidado que nos impulsiona e leva a atingir nossas metas e ambições. A largura da vida, aqui, é a preocupação externa pelo bem estar dos outros. E a altura da vida é a busca que se eleva para Deus. É preciso ter os três para se ter uma vida completa.
Consideremos por um momento o comprimento da vida. Disse que essa era a dimensão da vida onde nos preocupamos em desenvolver nossas capacidades internas. De certa forma esta é a dimensão egoísta da vida. Existe algo a que chamamos auto-interesse racional e sadio. Um grande rabino, o falecido Joshua Leibman, escreveu um livro intitulado Paz de Espírito. Há ali um capítulo intitulado “Ame a si mesmo adequadamente”. O que ele preconiza nesse capítulo, em resumo, é que antes de poder amar ao próximo satisfatoriamente, é preciso amar a si mesmo de forma adequada. Muitas pessoas não se amam. Elas passam pela vida envoltas em conflitos emocionais profundos e persistentes. Assim, o comprimento da vida significa que você deve amar a si mesmo.
Sabem o que significa amar a si mesmo? Significa que é preciso aceitar a si mesmo. Muitas pessoas se ocupam de tentar ser alguém diferente. Deus deu a todos nós algo de significativo. Devemos rezar todos os dias e pedir a Deus que nos ajude a aceitar quem somos. E quero dizer aceitar tudo. Muitos negros têm vergonha de si mesmos, vergonha de serem negros. O negro deve se levantar e dizer do fundo de sua alma “Eu sou alguém. Eu tenho uma herança rica, nobre, e digna. Não importa o quão explorado e o quanto minha história tenha sido dolorosa. Sou negro, mas sou negro e bonito”. É isso o que temos que dizer. Temos que nos aceitar. E devemos rezar: “Senhor, Ajude-me a me aceitar todos os dias, ajude-me a aceitar minhas ferramentas”.
Lembro-me de quando estava na faculdade. Fiz o curso de Sociologia, e todos que estavam se graduando em Sociologia tinham que cursar uma matéria chamada estatística. A estatística pode ser muito complicada. É preciso ter uma mente matemática, sólido conhecimento de geometria, e saber calcular média, moda e mediana. Nunca me esquecerei. Estava fazendo esse curso e tinha um colega que realmente sabia fazer aquilo; ele fazia a lição de casa em uma hora. Íamos para o laboratório ou oficina e ele resolvia tudo aquilo em uma hora e estava livre. Eu tentava fazer o que ele fazia, tentava terminar em uma hora. Quanto mais tentava fazer em uma hora, mais bomba levava no curso. Tive que chegar a uma conclusão muito difícil. Tive que parar e dizer a mim mesmo “Escute Martin Luther King, Leif Cane tem uma mente melhor que a sua”. Às vezes é preciso reconhecer. E tive que dizer a mim mesmo: “Ele pode fazer em uma hora, mas eu levo duas ou três para fazer o mesmo”. Não estava disposto a me aceitar. Não estava disposto a aceitar minhas ferramentas e limitações.
Mas a vida cobra de nós que façamos isso mesmo. Um Ford Ka tentando se passar por um Cadilac é um absurdo, mas se um Ford se aceita enquanto tal, pode fazer muitas coisas que um Cadilac nunca poderia fazer: entrar em vagas onde um Cadilac jamais caberia. E na vida alguns de nós são Fords e outros Cadilacs. Moisés diz no Salmo das Verdes Pastagens “Senhor, não sou grande coisa, mas sou tudo que tenho”. O princípio da auto-aceitação é um princípio básico da vida.
Outro aspecto sobre o comprimento da vida: depois de nos aceitarmos e às nossas ferramentas, devemos descobrir qual é nosso chamado. E depois de descobrir qual é, devemos nos empenhar nessa tarefa com todas as forças e todo o poder de que dispomos. Depois de descobrir o que Deus nos chamou a fazer, depois de descobrir qual é o trabalho de nossa vida, devemos sair e fazer isso tão bem que nem os vivos, nem os mortos, nem os que estão para nascer possam fazer melhor. Isso não quer dizer que todos vão fazer as coisas ditas grandes, importantes da vida. Muito poucas pessoas se elevarão à altura de gênios das artes e das ciências, coletivamente poucos chegarão a certas profissões. A maioria de nós terá que se contentar em trabalhar nos campos, nas fábricas e nas ruas. Mas devemos ver a dignidade de todos os trabalhos.
Quando estive em Montgomery, Alabama, sempre ia a uma loja de calçados chamada Golden Shoe Shop. Havia um sujeito ali que engraxava meus sapatos. Que experiência era, ver aquele sujeito engraxar meus sapatos! Ele pegava aquele trapo, e tirava música daquilo. Eu pensava comigo mesmo: “Esse sujeito é Ph.D. em engraxar sapatos”.
O que estou dizendo a vocês esta manhã, amigos, é: mesmo que seja seu destino ser um varredor de rua, vá até lá e varra as ruas como Michelangelo pintava; varra as ruas como Handel e Beethoven compunham música; varra as ruas como Shakespeare escrevia poesia; varra as ruas tão bem a ponto das hostes angélicas e terrenas serem obrigadas a parar e dizer: “Aqui viveu um grande varredor de rua que fazia um trabalho muito bem feito”.
Se não puder ser um pinheiro no alto da montanha
Seja uma touceira no vale – mas seja
A melhor touceira do sopé da montanha.
Seja um arbusto se não puder ser árvore.
Se não puder ser rodovia, seja uma trilha
Se não puder ser o sol, seja estrela;
Não é pelo tamanho que se vence ou fracassa –
Seja o melhor daquilo que você é.
Quando conseguir isto, quando o fizer, terá dominado a comprimento da vida.
Este impulso adiante, em direção à plena auto-realização, é o fim da vida de uma pessoa. Mas não é tudo. Vocês sabem, muitas pessoas não chegam além do comprimento na vida. Desenvolvem suas potencialidades internas, fazem um bom trabalho. No entanto, tentam viver como se ninguém mais vivesse no mundo além delas. E usam as outras pessoas como meros instrumentos para chegar onde querem. Não amam ninguém além de si mesmos. O único tipo de amor que nutrem pelos outros é um amor utilitário. Vocês sabem como é, só amam pessoas que podem ser úteis.
Muitos não vão além da primeira dimensão da vida. Usam os outros como meros degraus que galgam para alcançar suas ambições. Estas pessoas não funcionam bem na vida. Podem chegar a um certo ponto, podem pensar que estão indo bem, mas há uma lei. No universo da física eles a chamam de lei da gravidade, e ela funciona, é definitiva, inexorável. Tudo que sobe, desce. Você colhe o que semeia. Deus estruturou o universo dessa forma. Aquele que passa pela vida sem preocupar-se com o outro ficará sujeito a essa lei, será uma vítima dela.
Assim avançamos para dizer que é preciso adicionar largura ao comprimento. A largura da vida é a preocupação externa pelo bem-estar dos outros, como disse antes. Um homem ainda não começou a viver enquanto não conseguir se elevar para além dos limites estreitos de suas preocupações individuais em direção às preocupações mais amplas da humanidade como um todo.
Certa vez Jesus fez uma parábola. Vocês se lembrarão dela. Havia um homem que veio até ele para conversar sobre questões muito profundas, e por fim chegou à pergunta: “Quem é o meu próximo?” Esse sujeito queria debater a questão com Jesus. A pergunta poderia muito bem terminar em nada, como um debate teológico ou filosófico. Mas, vocês se lembram, Jesus pegou aquela questão e a colocou numa curva perigosa a meio caminho entre Jerusalém e Jericó. Ele contou sobre um homem que caiu na mão de assaltantes. Dois homens passaram, mas depois seguiram caminho. Depois chegou um outro homem, membro de uma outra raça, que parou e ajudou. E a parábola termina dizendo que esse bom samaritano era um grande homem. Ele era bom porque se preocupava com outras coisas além de si mesmo.
Mas, vocês sabem, há muitas idéias sobre o por quê do padre e do levita terem passado sem ajudar o homem caído na beira da estrada. Há muitas idéias a esse respeito. Alguns dizem que os dois estavam indo a um ritual religioso, um pouco atrasados, sabem, e não podiam chegar tarde no templo, de modo que seguiram porque queriam chegar lá em baixo na sinagoga. Outros dizem que eram sacerdotes, e conseqüentemente havia uma lei eclesiástica que os proibia de tocar num corpo humano durante vinte e quatro horas antes de administrar um sacramento, ou o que quer que seja, antes do serviço religioso. Mas, há uma outra possibilidade. Pode ser que eles rumassem para Jericó para organizar uma Associação de Melhoria da Estrada de Jericó. Essa é outra possibilidade. E eles passaram porque entenderam que era melhor tratar da causa do problema do que atender ao caso isolado daquela vítima. É uma possibilidade.
Mas quando me lembro dessa parábola, penso em outra possibilidade, recorrendo à minha imaginação. Pode ser que esses homens passaram pelo outro lado porque estavam com medo. Sabem, a estrada de Jericó é perigosa. Estive lá e sei do que estou falando. Nunca esquecerei. A Sra. King e eu estivemos na Terra Santa há algum tempo. Alugamos um carro e fomos de Jerusalém até Jericó, que ficam a uma distância de mais ou menos dezesseis milhas uma da outra. Quando você pega a estrada, vê que é uma estrada tortuosa, cheia de curvas fechadas, ideal para assaltos. Eu disse à minha esposa: “Agora sei porque Jesus escolheu essa estrada como cenário para a parábola”. Quando se sai de Jerusalém estamos a 2.200 pés acima do nível do mar, e quando se chega a Jericó, depois de andar 16 milhas, estamos a 1.200 pés abaixo do nível do mar. Durante o tempo de Jesus aquela estrada ficou conhecida como o “Caminho Sangrento”. De modo que quando penso no sacerdote e no levita, penso que estes irmãos estavam com medo.
Eles eram iguaizinhos a mim. Estava indo para a casa de meu pai em Atlanta outro dia. Ele mora a 3 ou 4 milhas da minha casa, e o caminho é pela Rua Simpson. Quando voltei à noite, irmãos, (esta rua é muito tortuosa) vi um sujeito lá fora sinalizando para eu parar. Senti que ele precisava de ajuda, sabia que ele precisava de ajuda (risos). Mas não soube. Serei honesto com vocês, toquei em frente (risos). Não estava disposto a correr o risco.
Digo a vocês esta manhã que a primeira pergunta a passar pela cabeça do sacerdote naquela Estrada de Jericó em Atlanta, conhecida como Rua Simpson, foi: “Se eu parar para ajudar esse homem, o que acontecerá comigo?”. Mas o bom samaritano passou e fez a pergunta ao contrário. Não pensou: “O que acontecerá comigo se ajudar esse homem?”, mas “O que acontecerá a esse homem se eu não o ajudar?”. Por esse motivo o Samaritano foi bom e grande. Era grande porque estava disposto a se arriscar pela humanidade; estava disposto a perguntar “O que acontecerá a esse homem?”, e não “O que acontecerá comigo?”.
Isto é o que Deus precisa hoje: Homens e mulheres que se perguntem: O que acontecerá à humanidade se eu não ajudar? O que acontecerá ao movimento de direitos civis se eu não participar? O que será da minha cidade se eu não votar? O que acontecerá aos doentes se eu não os visitar? Assim é que Deus julga as pessoas em última análise.
Haverá um dia - e nesse dia a pergunta não será “Quantos prêmios você recebeu na vida?” Não nesse dia. Não será: “Quão popular você era no seu círculo social?” Não será essa a pergunta nesse dia. Ninguém perguntará quantos diplomas você tem. A pergunta esse dia não girará em torno de ser doutor ou não ser doutor. A pergunta nesse dia não será se sua casa é bonita. A pergunta não será se você tem muito dinheiro, ou se tem ações e dividendos. Não será “Que carro você tem?”. Nesse dia a questão será: “O que você fez pelos outros?”.
Posso ouvir alguém dizendo: “Senhor, fiz muitas coisas na vida. Fui um bom profissional, o mundo reconheceu o ótimo trabalho que fiz. Fiz muitas coisas, Senhor, fui para a escola e estudei muito. Juntei muito dinheiro, Senhor, foi isso que fiz. E parece que ouço o Senhor da Vida dizendo: “Mas eu estava com fome e não me alimentaste. Estava doente e não me visitaste. Estava nu e não me cobriste. Estava na prisão e não me deste atenção. Saia então da minha presença. O que fizeste pelos outros?”. Essa é a largura da vida.
Em algum lugar ao longo do caminho devemos aprender que não há nada maior do que fazer algo pelos outros. Esse é o caminho que decidi trilhar pelo resto dos meus dias. É isso que me interessa. John, se você e Bernard estiverem por perto quando eu chegar aos últimos dias e ao momento de cruzar o rio Jordão, quero que digam a todos que fiz um pedido: Não quero um funeral longo. Não quero elegia, nada maior que um ou dois minutos. Espero viver tão bem o resto dos meus dias – não sei o quanto vou viver, e isso não me preocupa – mas espero viver tão bem que o oficiante possa se levantar e dizer: “Ele foi fiel,” Só isso me basta. Esse é o sermão que eu gostaria de ouvir. “Foi um trabalho bem feito, você foi um servidor bom e fiel. Você foi fiel, preocupou-se com os outros”. É nessa direção que quero ir daqui até o fim dos meus dias. “O que entre vós for maior, será vosso servo”. Quero ser um servidor. Quero ser uma testemunha do Senhor, fazer algo pelos outros.
E ao fazer algo pelos outros, não se esqueça de que você só tem o que tem por causa dos outros. Sim, senhor, não se esqueça disso. Estamos todos amarrados juntos na vida e no mundo. E talvez você pense que conseguiu tudo sozinho. Mas antes de chegarem aqui na igreja esta manhã, já dependiam de meio mundo. Vejamos, você se levanta pela manhã e vai até o banheiro, pega um pedaço de sabonete, que existe graças aos franceses. Usa uma esponja que veio de uma ilha do Pacífico. Depois vai até a cozinha para o desjejum: Uma xícara de café, que lhe é servida por alguém da América do Sul. Ou talvez um pouco de chá, que chegou até aqui por obra dos chineses. Ou você pode querer chocolate, que chega até sua xícara pelas mãos de um africano. O pão lhe é dado por um fazendeiro americano, com a ajuda do padeiro. Antes de terminar o café da manhã, já depende de mais de meio mundo. É assim que Deus estruturou as coisas; é assim que Deus estruturou o mundo. Preocupemo-nos com os outros, porque dependemos dos outros.
Mas não pare por aí. Muitas pessoas dominam o comprimento da vida, e dominam a largura da vida, mas param aí. Se a vida tem que ser completa, devemos ir além dos nossos interesses. Devemos ir além da humanidade e procurar acima, buscar o Deus do universo cujos propósitos nunca mudam.
Muitas pessoas se descuidaram dessa terceira dimensão. E o mais interessante é que a negligenciam sem sequer se darem conta. Simplesmente se envolvem com outras coisas. Vocês sabem que há dois tipos de ateísmo. O ateísmo é a teoria de que não há Deus. Um é o ateísmo teórico; quando o sujeito senta e começa a pensar no assunto e chega à conclusão de que Deus não existe. O outro é o ateísmo prático, que acontece quando vamos vivendo como se não houvesse um Deus. Muita gente afirma a existência de Deus com os lábios, mas nega sua existência na vida. Vocês já viram essas pessoas com pressão alta de credos e anemia de atos. Negam a existência de Deus com suas vidas e simplesmente acabam muito envolvidas com outras coisas. Envolvem-se demais com a tentativa de engordar sua conta bancária. Envolvem-se muito em ter uma bela casa, que todos deveríamos ter. Envolvem-se tanto em conseguir um lindo carro que se esquecem de Deus. Há os que se envolvem tanto em ver as luzes da cidade que inconscientemente se esquecem de levantar e olhar para a grande luz cósmica e pensar nela – que se levanta no leste toda manhã e atravessa o céu num movimento sinfônico que tinge de anil o firmamento – uma luz que nenhum homem pode fabricar. Envolvem-se tanto na contemplação dos arranha-céus, o Loop of Chicago ou o Empire State Building de Nova Iorque, que inconscientemente se esquecem de pensar nas montanhas gigantescas que beijam os céus, como que para banhar seus picos no imenso azul – algo que o homem jamais conseguiria fazer. Estão tão ocupados pensando sobre radares e televisão que se esquecem, sem querer, de pensar nas estrelas que engalanam os céus como lanternas da eternidade, aquelas que parecem alfinetes muito, muito brilhantes espetados na magnífica almofada de azul profundo do céu noturno. Estão tão envolvidos pensando no progresso humano que se esquecem de pensar na necessidade do poder de Deus ao longo da história. No fim acabam passando dias e dias sem saber que Deus não está com eles.
Estou aqui hoje para dizer a vocês que nós precisamos de Deus. O homem moderno talvez saiba muita coisa, mas seu conhecimento não prescinde de Deus. Digo a vocês esta manhã que Deus está aqui para ficar. Alguns teólogos estão tentando dizer que Deus está morto. E tenho feito perguntas a eles porque me perturba saber que Deus morreu e não fui ao seu funeral. Eles não conseguiram me dizer ainda a data do óbito, nem quem foi o legista que assinou o atestado. Não conseguiram me dizer ainda onde está enterrado.
Quando penso em Deus, sei o seu nome. Ele disse em algum lugar lá no Velho Testamento: “Quero que você vá lá, Moisés, e diga a eles que aquele que se chama “EU SOU” o enviou. Ele disse assim para deixar claro, para que soubessem que “meu último nome é igual ao primeiro ‘EU SOU AQUELE QUE É’ ”. Deixe isto claro: “EU SOU”. E Deus é o único no universo que pode dizer “EU SOU” e ponto final. Todos nós aqui temos que dizer “Eu sou por causa de meus pais; eu sou por causa das condições ambientais; eu sou por causa de certos fatores hereditários; eu sou por causa de Deus”. Deus é o único que pode dizer “EU SOU” e parar aí. E Ele chegou para ficar. Que ninguém nos faça sentir que não precisamos de Deus.
Concluindo o sermão desta manhã, quero dizer que devemos procurá-lo. Fomos feitos para Deus, e não encontraremos paz até que estejamos com Ele. Esta é a fé pessoal que me anima. Não me preocupo com o futuro. Mesmo em relação a esta questão racial. Não estou preocupado. Estive no Alabama outro dia, e fiquei pensando naquele estado onde trabalhamos tanto e que continua elegendo pessoas do tipo de Wallace. E no meu estado, na Geórgia, há um outro governador insano chamado Lester Maddox. E tudo isso pode deixar-nos confusos, mas não me preocupa. Porque o Deus que venero é um Deus que encontra uma forma de dizer mesmo a reis e governadores: “Parai, e reconhecei que sou Deus”. Deus ainda não se virou para Lester Maddox e Lurleen Wallace. Em algum lugar eu li que “Do Senhor é a terra e tudo que ela encerra”, e vou caminhando porque tenho fé Nele. Não sei o que o futuro nos guarda, mas sei quem guarda o futuro. E se Ele nos guiar e segurar a nossa mão, avançaremos.
Lembro-me que em Montgomery, Alabama, tive uma experiência que gostaria de partilhar com vocês. Quando estávamos em meio ao boicote dos ônibus, havia uma maravilhosa senhora que chamávamos de Irmã Pollard. Ela era uma senhora fantástica de setenta e dois anos que ainda trabalhava. Durante o boicote andava todos os dias, ida e volta do trabalho. Alguém parou perto dela um dia e disse: “Não quer uma carona?” Ela respondeu: “Não”. E o motorista seguiu, mas então brecou o carro, voltou e perguntou: “Não está cansada?” E ela respondeu: “Sim, meus pés estão cansados, mas minha alma está descansada”.
Ela era uma senhora maravilhosa. Certa vez, eu tinha tido uma semana muito difícil, telefonemas ameaçadores chegaram durante todo o dia e a noite anterior, e comecei a fraquejar e perder a coragem. Nunca me esquecerei que na segunda-feira fui ao comício sentindo-me muito desanimado e com um pouco de medo, pensando se realmente iríamos vencer a luta. Subi para fazer meu discurso naquela noite, mas não saiu forte e poderoso. Depois da reunião Irmã Pollard chegou para mim e disse: “Filho, o que aconteceu com você? Não falou com força essa noite”.
Eu respondi: “Não há nada errado, Irmã Pollard, Estou bem”.
Ela disse: “Você não me engana. Tem alguma coisa errada com você”. E seguiu, dizendo: “Os brancos fizeram alguma coisa que você não gostou?”.
Eu respondi: “Vai ficar tudo certo, Irmã Pollard.”
E ela concluiu: “Chegue mais perto e deixe que lhe diga mais uma vez, e dessa vez quero que me ouça. Mesmo que nós não estejamos com você, o Senhor está. O Senhor tomará conta de você”.
Passei por muitas coisas desde aquele dia. Vivi muitas experiências desde aquela noite em Montgomery, Alabama. Irmã Pollard morreu. Estive aprisionado mais de dezoito vezes. Escapei por pouco da morte nas mãos de uma mulher negra ensandecida. Minha casa foi bombardeada três vezes. Vivo, desde aquele dia, sob constante ameaça de morte. Tive muitas noites frustrantes e confusas. Mas não deixo de ouvir as palavras de Irmã Pollard: “Deus tomará conta de você”. Hoje posso encarar qualquer homem, qualquer mulher com os pés bem firmes no chão e a cabeça alta porque sei que quando estamos do lado da verdade, é Deus quem trava a nossa luta.
“Ainda mais escura poderá ficar a noite, ainda mais dura poderá ficar a luta. Simplesmente levante-se e lute pelo que é correto”. Parece que posso ouvir uma voz dizendo-nos esta manhã: “Levante-se e lute pelo que é correto. Levante-se e lute pelo que é justo. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Sim, eu vi o relâmpago cair. Ouvi o trovão ribombar. Senti ondas de pecado se quebrando, tentando conquistar a minha alma. Mas ouvi a voz de Jesus me dizendo para continuar a luta. Ele prometeu nunca me abandonar, nunca me deixar sozinho. Não, sozinho nunca. Sozinho nunca. Prometeu nunca me deixar, nunca me deixar só. E prossigo acreditando nisso. Estendam seus braços, e procurem a altura da vida.
Você talvez não consiga definir Deus em termos filosóficos. Muitos ao longo das eras tentaram falar sobre ele. Platão disse que ele era o Bem Arquitetônico. Aristóteles o chamava de Movedor Inemovível. Hegel o denominava Todo Absoluto. E houve um homem chamado Paul Tillich que o chamou Ser em Si. Não precisamos saber estas palavras grandiloqüentes. Talvez precisemos conhecê-lo e descobri-lo de outra forma. Um dia você se levantará e dirá que “Eu o conheço porque ele é um lírio do vale. Ele é uma estrela matutina. Ele é um hibisco. Ele é um machado de guerra da Babilônia”. E em algum ponto você dirá simplesmente: “Ele é meu tudo. Ele é minha mãe e meu pai. Ele é o amigo dos que não têm amigos”. Ele é o Deus do universo. Se você crer nele e o adorar, algo acontecerá à sua vida. Você sorrirá quando outros à sua volta estiverem chorando. Este é o poder de Deus.
Vão. Amem a si mesmos de forma racional e com saudável cuidado de si. Este é um mandamento. Este é o comprimento da vida. Depois sigam o preceito de amar ao próximo como a ti mesmo. Este é um mandamento. Esta é a largura da vida. Mas há um primeiro mandamento ainda maior: Amar o Senhor teu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todas as suas forças. Acredito que um psicólogo diria simplesmente: com toda a sua personalidade. E quando fizer isso, terá a altura da vida.
Ao conseguir estas três dimensões juntas, poderá caminhar sem se cansar jamais. Poderá olhar para cima e ver as estrelas matutinas cantando em coro, e os filhos de Deus clamando em júbilo. Quando estas três dimensões trabalharem juntas na sua vida, o entendimento fluirá como as águas, e a justiça como uma torrente.
Quando essas três dimensões estiverem juntas, o carneiro se deitará com o leão.
Quando estiverem reunidas, todos os vales serão elevados e todos os montes e montanhas rebaixados; os lugares escarpados ficarão planos e os caminhos tortuosos se farão retos; e a glória de Deus será revelada e toda a carne, reunida, a verá.
Quando estas três dimensões estiverem funcionando em conjunto, você só fará aos outros aquilo que gostaria que fizessem a você.
Quando isto acontecer, você perceberá que de um sangue Deus fez todos os homens para habitarem, juntos, a face da terra.
Quando isto acontecer... (fim da gravação)
Fonte: http://seatletimes.nwsource.com/
Traduzido por Tônia Van Acker
Associação Palas Athena


"Eu Tenho Um Sonho"

Em frente do Memorial de Abraham Lincoln, em Washington, há exatamente 40 anos, o líder negro Martin Luther King discursava para 250 mil pessoas. Seu pronunciamento, conhecido como "Eu tenho um sonho", entrou para a história dos direitos humanos e da luta pela igualdade racial. As conseqüências desse discurso não se restringem aos Estados Unidos, pois são um marco da consciência em todo o mundo.Confira a íntegra do discurso:Estou feliz em unir-me a vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.Cem anos atrás, um grande americano, em cuja simbólica sombra estamos, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros queimados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Cem anos depois, porém, o negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as correntes da discriminação. Cem anos depois, o negro vive em uma solitária ilha de pobreza em meio a um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontra exilado em sua própria terra. E hoje viemos até aqui para expor essa condição vergonhosa publicamente.De certo modo, viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, estavam assinando uma nota promissória em relação à qual cada americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa de que todos os homens – sim, os homens negros e também os homens brancos - teriam garantidos os direitos inalienáveis de Vida, Liberdade e busca da Felicidade.Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória no que se refere aos cidadãos negros. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque frio, um cheque que voltou "por falta de fundos"'. Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça esteja falido. Nos recusamos a acreditar que o capital seja insuficiente nos cofres de oportunidade desta nação. E por isso viemos trocar este cheque - um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.Nós também viemos a esse local para recordar à América da urgência eminente do agora. Este não é o momento para se descansar em sombra e água fresca, nem para tomar o remédio tranqüilizante de medidas paliativas. Agora é a hora de transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é a hora de sair da escuridão e do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é a hora de tirar nossa nação das areias movediças da injustiça racial para consolidar a pedra sólida da fraternidade. Agora é a hora de fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.Seria fatal para a nação negligenciar a urgência deste momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos negros não passará até termos um outono renovador de liberdade e igualdade. O ano de 1963 não marca um fim, mas um começo. Aqueles que esperam que o negro precise apenas de uma demonstração de alívio terão um scontentamento dos Nmque violento despertar se a nação voltar como sempre à rotina.Não haverá mais tranqüilidade na América até que o negro tenha seus direitos de cidadão garantidos. Os furacões da revolta continuarão a estremecer as bases de nossa nação até que o dia brilhante da justiça venha à tona.Mas há algo que eu preciso dizer ao meu povo, que permanece em pé, no calor, no caminho que conduz ao palácio da justiça: no processo de conquistar nosso lugar de direito, não devemos nos sentir culpados por ações injustas. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Não devemos permitir que nosso protesto criativo se degenere em violência física. Mais e mais uma vez temos de nos elevar até o majestoso ponto onde a força física encontre a força de alma.A nova e maravilhosa militância que tomou conta da comunidade negra não deve nos levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos de nossos irmãos brancos, como se comprova por sua presença aqui hoje, entenderam que o destino deles está unido ao nosso. Eles perceberam que sua liberdade está indissociavelmente ligada à nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E enquanto caminhamos, temos de prometer que marcharemos sempre à frente. Não podemos retroceder.
Há aqueles que perguntam aos defensores dos direitos civis: ''Quando vocês estarão satisfeitos?'' Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não puderem ter hospedagem nos motéis das estradas e hotéis das cidades. Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica de um negro for de um gueto menor para um gueto maior. Nunca poderemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem despidas de sua auto-estima e roubadas em sua dignidade vendo cartazes com as palavras "Só Para Brancos". Não estaremos satisfeitos enquanto um negro não puder votar no Mississipi e um negro em Nova Iorque acreditar que não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão jorrem como águas de uma poderosa correnteza.Eu não me esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes provas e sofrimentos. Alguns de você acabaram de sair de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde a busca pela liberdade os deixou feridos pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Vocês são os veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com fé, pois o sofrimento imerecido é redentor.Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as favelas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será modificada.Eu digo a você hoje, meus amigos: Não fiquem chafurdando no vale de desespero. E embora enfrentemos as dificuldades do hoje e do amanhã, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença: “Manter as raízes da verdade óbvia: de que todos os homens são criados iguais.Eu tenho um sonho de que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.Eu tenho um sonho de que um dia, até mesmo no estado do Mississippi, um estado deserto, que transpira com o calor da injustiça e da opressão, se transformará em um oásis de liberdade e justiça.Eu tenho um sonho de que minhas quatro pequenas crianças viverão um dia em uma nação onde não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.Eu tenho um sonho hoje!Eu tenho um sonho de que um dia, no Alabama, com seus racistas cruéis, com seu governador de cujos lábios gotejam palavras de intervenção e negação; um dia lá mesmo no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.Eu tenho um sonho hoje!Eu tenho um sonho de que um dia todos os vales serão elevados, cada colina e montanha serão abaixados, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e “a glória do Senhor será revelada e todos os seres estarão unidos”.Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul.
Com esta fé nós poderemos extrair da montanha do desespero uma pedra de esperança.Com esta fé poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade.
Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ir para a cadeia juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que um dia seremos livres todos seremos livres.E, este será o dia... este será o dia em que todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado. ''Meu país, você, doce terra de liberdade, para você eu canto. Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos.
Em torno de cada montanha, que ressoe a liberdade!
E se a América tiver de ser uma grande nação, que isto se torne verdadeiro.E então deixe que a liberdade ressoe no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.Deixe que a liberdade ressoe nas poderosas montanhas de Nova York.Deixe que a liberdade ressoe nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.Deixe que a liberdade ressoe na neve das Rockies do Colorado.Deixe que a liberdade ressoe nos inclinadas curvas da Califórnia.Mas não é só isso.Deixe que a liberdade ressoe na montanha de Pedra da Geórgia.Deixe que a liberdade ressoe nos mirantes do Tennessee.Deixe que a liberdade ressoe em cada colina do Mississipi.
Em torno de cada montanha, que ressoe a liberdade!E quando isto acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando deixarmos que ele ressoe em cada aldeia, em cada vilarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos então acelerar o dia em que todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir as mãos e cantar as palavras da nossa velha canção: ''Livres finalmente! Livres finalmente! Agradeço ao Deus Todo-Poderoso, nós somos livres finalmente!

Frases de Martin Luther King

“Uma das coisas importantes da não- violência é que
não busca destruir a pessoa, mas transformá-la”.


"Devemos aprender a viver juntos como irmãos ou perecer juntos como tolos."


"Se ajudar uma só pessoa a ter esperança, não terei vivido em vão"!


"Quem aceita o mal sem protestar, coopera realmente com ele".


“Amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo".


"A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como
se comporta em momentos de conforto e conveniência,
mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio."


"Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como peixes,
mas ainda não aprendemos a viver juntos."


"Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem
anunciar a aurora de uma grande realização"!


A questão em pauta hoje deve ser: Por que há fome e privação em qualquer terra, cidade, mesa, quando o homem tem recursos e conhecimento científico para prover toda a humanidade com o básico necessário à vida?


Verdadeiramente, toda a vida está inter-relacionada.
A agonia do pobre empobrece o rico; a melhoria do pobre enriquece o rico.(...)
O que afeta diretamente a um, afeta a todos indiretamente.


Adinkra

Adinkra significa “adeus”, inicialmente era usado nos rituais e nas vestimentas funerárias, essas figuras tiveram origem na cultura do povo Ashanti, de Gana, e do povo Gyaman, da Costa do Marfim, Os símbolos, estampados em tecidos, mais tarde passaram a ser feitos para uso exclusivo da realeza e pelos líderes espirituais, em diversas cerimônias e rituais sagrados.
Cada um dos Simbolos Adinkra tem um nome e significado e classifica-se em categorias levando em conta sua origem, que pode ser em um provérbio, evento histórico, atitude humana, comportamento animal, fenômeno da vida vegetal ou formas de objetos inanimados e feitos pelo homem, sendo esse simbolismo a mais pura representação visual do pensamento social relacionado à história, filosofia e crenças religiosas.










Breve biografia de Martin Luther King Jr.

“Tennessee, Memphis, 4 de abril de 1968: o disparo de um rifle interrompia bruscamente a biografia de um "rei" negro chamado Martinho Lutero Júnior, conhecido no Brasil e no mundo como Dr. Martin Luther King Jr., o maior líder negro das Américas.
O nome com que foi batizado demarcou a existência e a trajetória luminosas do Dr. Martin Luther King Jr.: religioso, destemido, líder pacifista, majestoso, estadista, eloqüente, revolucionário.
Nascido no sul dos Estados Unidos, em pleno auge do famigerado sistema "Jim Crown" (separados mas iguais), filho de um pastor batista, Martin Luther King Jr. recebeu o Nobel da Paz aos 35 anos, sagrando-se o mais jovem laureado pela fundação Prêmio Nobel.
Comprometendo as igrejas com as lutas sociais, organizando boicotes aos transportes públicos, apoiando greves de estudantes e de trabalhadores, liderando passeatas integradas por legiões de negros, brancos, judeus e muçulmanos, pregando a resistência pacífica, difundindo os ensinamentos de Gandhi, Martin Luther King Jr. sacrificou a própria vida em nome da igualdade, da justiça e da paz.
Em resposta aos linchamentos e às atrocidades cometidas pelos integrantes da Ku Klux Klan, Martin Luther King organizou a resistência pacífica, valorizou o diálogo, unificou as lutas de seu povo, pregou a não-violência, convocou negros e brancos para fundarem as bases de uma convivência harmoniosa, baseada no respeito, no espírito de compreensão e na tolerância.” [Hédio Silva Júnior]
Martin Luther King nasceu em Atlanta, Georgia, em 15 de janeiro de 1929 em uma família de negros americanos de classe média. Seu pai era pastor batista e sua mãe era professora. Aos 19 anos King foi ordenado pastor batista. Mais tarde, formou-se no Seminário Teológico de Crozer e então cursou seus estudos de pós-graduação em filosofia na Universidade de Boston.
Seus estudos o levaram a explorar as idéias do nacionalista hindu Mohandas K. Gandhi, que se tornaram o centro de sua filosofia de protesto não violento. Tornou-se pastor da igreja batista de Montgomery, Alabama em 1954. Em 1959 visitou a Índia. Como presidente da Associação de Melhoramento de Montgomery, organizou um boicote contra a segregação no transporte público. Durante este boicote, que durou um ano, King teve sua casa bombardeada. Muitos atentados foram feitos contra a sua vida e ele foi preso diversas vezes. Apesar disso, o boicote obteve sucesso e terminou com um mandato da suprema corte proibindo toda e qualquer segregação no transporte público da cidade. Obtendo o respeito de todos, King tornou-se um líder dos negros americanos na sua luta por seus direitos civis.
Casou-se com Coretta Scott em 1953 e teve quatro filhos entre 1955 e 1963.
Em 1963 liderou um movimento massivo pelos direitos civis no Alabama, organizando campanhas por eleitores negros, não-segregação, melhores condições de moradia e educação por todo o sul dos Estados Unidos. A não-violência tornou-se sua maneira de demonstrar resistência. Ele sofreu vários atentados e constantes ameaças. Foi novamente preso diversas vezes. Neste mesmo ano liderou a histórica passeata em Washington onde proferiu seu famoso discurso "I have a dream" ("Eu tenho um sonho"). Em 1964 foi premiado com o Nobel da Paz, doando o valor recebido aos movimentos de direitos civis.
Em 1967 King uniu-se ao Movimento pela Paz no Vietnam, o que causou um impacto negativo entre os negros. Outros líderes negros não concordaram com esta mudança de prioridades dos direitos civis para o movimento pela paz.
Em 4 de abril de 1968 King foi baleado e morto em Memphis, Tenessee, por um branco que foi preso e condenado a 99 anos de prisão.
Em 1983, a terceira segunda-feira do mês de janeiro foi decretada feriado nacional em homenagem ao aniversário de Martin Luther King Jr.
Martin Luther King Jr. não era um sonhador, apesar de alimentar um sonho. Sem suas realizações, inspiradas por sua admirável coragem pessoal, suas palavras teriam simplesmente criado uma fantasia. Ele soube revelar ao povo o seu poder latente. O protesto não-violento de massas, firmemente disciplinado, capacitou-a avançar contra seus opressores num combate eficiente.

Caso alguma escola ou instituição queira levar diretamente para seus alunos ou público alvo o material que foi utilizado para a realização da "Tarde Para Luther King" favor entrar em contato com o Projeto Chance à Paz pelo e-mail chanceapaz@bol.com.br .

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